O que divide a roupa feminina da masculina são as ideias

by - quarta-feira, julho 11, 2018

Já parou para pensar que as divisões de gênero nas araras das lojas são feitas de ideias?

Continue lendo e veja como ideias dividem as lojas e muitas outras coisas.

Roupas são tecidos (ou superfícies têxteis) cortados e moldados, unidos por linha. Inicialmente a roupa foi feita para proteger os humanos das diversidades da natureza e depois com o passar do tempo foi ganhando novas funções.

Seguindo daí, roupas são só uns "panos" costurados, não possuem sexo. Sexo está relacionado ao órgão reprodutor dos animais (nós também somos animais) e ao ato de reprodução. Definição do dicionário Michaelis on line clique aqui .

Gênero é o conceito de especificação. Em outras palavras: gênero é a ideia para organizar grupos por características que os diferem. Gênero é o denominador da divisão de itens. Definição do dicionário Michaelis on line clique aqui .

Roupas não tem órgão sexual, nem tem experiências com sexo, não tem consciência para se identificar com algum gênero sexual, são objetos. A concepção, venda e uso desses objetos é feita a partir do senso comum, ou seja, ideias "compartilhadas" da sociedade. Visando que tal tipo de gênero prefere tais cores, tecidos e formatos. Tendo essa ideia em mente, então o mundo fashion supõe a partir do gênero a qual você se identifica, que você vai gostar disso ou aquilo.

O mundo da moda modela pensando nas diferenciações do corpo de cada gênero, isso é verdade. Mas quem desenvolve cada peça, geralmente, tem um modelo de prova, com medidas do que é esperado para aquele público alvo. Então ser do gênero que está especificado não é total garantia de que as peças que você está adquirindo vai cair como uma luva no seu corpo. Nem todo homem tem os ombros largos e pés grandes, como nem toda mulher possui seios avantajados e cintura fina.

A indústria têxtil impor o que você usa pelo gênero não para ai. Podemos ir para o passado, com a calça por exemplo, a mulheres eram proibidas de as usarem e os motivos são apenas conceitos. No livro "Breve História da moda" de Denise Pollini, é dito que em 1851, Amélia Bloomer, inventou uma saia abaixo dos joelhos e embaixo uma calça larga presa nos tornozelos e foi ridicularizada . Isso para poder cavalgar e andar de bicicleta. A calça feminina só foi realmente "aceita" depois da II Guerra Mundial. O que proibia as mulheres de usar calça era o conceito, a ideia de que uma dama nunca usaria algo masculino, de que seu papel na sociedade não permitia isso.
Bloomer e sua calça polêmica. Fonte da imagem

As mulheres, por muitos fatores, durante a história tiveram que esconder seus corpos, enquanto os homem realçavam sua virilidade. Então a saia representa o corpo sendo disfarçado e a mulher sendo muitas vezes um enfeite. A calça além de demarcar mais a silhueta, tem a questão da praticidade que o homem, na história, precisou e a seriedade por conta da quantidade menor de tecido e cores escuras.

Voltando ao presente, hoje temos a barreira da saia masculina. Ainda temos a ideia de que saia representa a feminilidade, mas temos exemplos do passado de homens que usavam saia e isso não  descaracterizava seu gênero: os escoceses. O kilt do fim do século 13 era tecido de lã escovada, que era impermeável, que eles usavam nas regiões úmidas e chuvosas, hoje é um símbolo da cultura escocesa.
Fonte: Superinteressante
Jamie Fraser (Sam Heughan) personagem escocês da série Outlander 
Conceitos são ideias, ideias não são palpáveis e mesmo assim, querendo ou não, eles reinam a nossa realidade. A ideia de que uma roupa pode te despersonificar ou enfraquecer é dar a moda o poder da kriptonita e nós somos o Superman. Mude sua ideia pra que você não seja refém dela.


Use o que você gosta de vestir e respeite suas escolhas. Se coube, tem um caimento bom e tem a ver com seu gosto, então é para você, independente dos rótulos e etiquetas. Usando saia, calça ou vestido, isso não impedir de ser fiel a você mesmo. Ideias e conceitos são barreiras apenas na sua cabeça.

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 Texto original do blog com referência com fontes .

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