Cadernos e Croquis

Definir seu próprio estilo de roupas pode trazer uma nova perspectiva. A moda te ajuda e você se fortalece.


Seja você a super-heroína 

A postagem passada falei sobre como o padrão estético e como ele pode ser tóxico. Mencionei que a moda pode ser um vilão, mas você pode reverter isso usando a própria moda a seu favor, entretanto não disse como e é sobre isso que vamos falar agora.

Se amar é uma revolução! Ouvi uma frase parecida, se não idêntica, da Alexandra Gurgel , youtuber que fala sobre body positive e gordofobia. Fazer uma revolução dentro de você mesma é mais difícil do que parece, mas assim que você começa e engata, não quer mais parar.

Ter a identidade visual reconhecida é importante para reforçar sua autoestima e sua confiança. Sabendo quais são seus gostos de maneira pontual, você decidi com mais segurança o que entra e o que sai do guarda-roupa. Não compra roupas desnecessárias e passa para frente roupas que estão sobrando. Guarda roupa planejado otimiza o tempo de montar looks. Também diminui a quantidade de roupas, o que facilita na organização.
Com menos porém com sensação de mais.

Comece

Conhecer a si próprio é o primeiro passo para se compreender e achar seu próprio estilo. Ter algo de referência visual além da imaginação faz uma diferença brutal. Olhando para o que você gosta, vai descobrir que você é mais do que imaginava e até que, o que você gosta não tem a ver com o que você tem, assim como eu.
Faça painéis com roupas/looks que você goste:

  • Pasta no Pinterest; 
  • Recorte e colagem de revista;
  • Pasta no computador com imagens da internet;
  • Recorte e colagem no Photoshop;
Recolha essas informações aos poucos, em dias diferentes e em vibes diferentes, sem pressão.

Analise

Você vai perceber que você tem mais do que um segmento de estilo e está tudo bem. Você tem mais do que um segmento na vida: trabalho, estudo, lazer e assim vai. Ter dois ou três segmentos é normal.

Separe esses estilos, dê nome para eles ou se baseie nos universais já existentes. Nomear vai te dar mais segurança e gerar identificação. Também é interessante relacionar os estilos com cada segmento da sua vida, isso facilita na hora de escolher os looks.

Repare nas cores, shapes, repetição de peças e tecidos usadas nos painéis e suas combinações. Faça um apanhado dessas informações, tipo um dossiê seu. Com esse estudo sobre você mesma, tente entender quais sãos suas inspirações, veja todas as suas cores e descubra sua preferida, tenha um momento de auto apreciação.

Ação

Mantenha de fácil acesso seu dossiê quando tiver dúvidas, for fazer a limpa no guarda roupa ou quando deixar novas roupas entrarem em sua vida.

Doe, venda num bazar ou reforme aquilo que não se encaixe no seu estilo. Faça isso também com aquelas peças que não te servem, guardar peças que não te entram é como guardar ressentimento de não ser mais ou de nunca ter sido daquele tamanho. Se você mudar de tamanho, ai você troca as suas roupas, mas faça as pazes com o seu eu de agora. 

Organize suas roupas por estilo e estação, isso vai facilitar a escolha das roupas. Tem aplicativos que ajudam na organização do guarda roupa, clique aqui para ver um post sobre.

Adquira novas peças só se for necessário. Pode ser que você já tenha o suficiente para montar novos looks agora com um novo olhar sobre você mesma, sem precisar de mais coisas. Mas se precisar, dê preferência por brechós e pequenos produtores.

Caso a mudança tenha que ser muito grande, tipo a minha, vá fazendo a troca de peças aos poucos. Ninguém quer que você fique com poucas roupas e crie alguma ansiedade ou frustração. Esse é um exercício de autoconhecimento, então vá se conhecendo pra ver qual vai ser seu plano para fazer essa transição suavemente.

Monida do seu estilo novo, olhe no espelho, sorria pro seu reflexo e procure ver a beleza que toda essa roupa só vai ajudar a realçar. 


Esse texto é dá série #setembroamarelo e tem como foco ajudar a aumentar a autoestima, que é um dos fatores mais enfraquecidos em pessoas com transtornos psicológicos. Informações sobre como conseguir ajuda profissional está no fim da postagem desse link ou ligue 188, número de apoio ao combate ao suicídio pelo Centro de Valorização da Vida.

Compartilhe, se você acredita que esse texto possa ajudar alguém.
Obrigada pela leitura!
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Roupa tem poder. Apesar de não ser nenhum supervilão, a moda pode te derrubar ou você pode dominá-la e se tornar seu super herói.

Ser excluída pela moda não é um sentimento exclusivo. A sensação de deslocamento unida com baixa autoestima, bullyng e a solidão, podem trazer transtornos psicológicos e alimentares. Querer se encaixar e ter companhia, muitas vezes faz você se amenizar e minimizar para caber nas expectativas alheias, não tem saúde mental que resista a esses combos destruidores.

O padrão de beleza pode parecer tão distante, mas não é. Há uma pressão, que todo mundo sente, uns mais e outros menos. Esse padrão é tóxico, muitas pessoas não se amam por não se enxergarem no que é "belo" para a grande maioria. Suprimir singularidades para caber num molde de padrão do que acham bonito, é convite para se odiar.  

Eu sempre tive problemas com minha imagem. Fui uma criança gorda, uma adolescente muito magra e hoje sou uma jovem tamanho 46. E continuo tendo problemas, mas hoje eu lido com eles. 

Meu guarda roupa já me fez ter crises de pânico. Não ter roupas que serviam me traziam um desespero e dor. Eu sentia raiva de mim mesma por ter engordado e por não ter dinheiro para comprar novas roupas. As crises vinham, eu me acalmava, porém o gostinho amargo ficava junto com a roupa que eu não gostava, que tava apertada e eu tava usando.

A chave de tudo isso sempre foi o meu ódio e repúdio a mim mesma. Não quis me conhecer, queria conhecer outras pessoas e pra isso eu precisava ser atraente. Ser magra não me ajudou comigo mesma, mas me ajudou a chegar perto de outras pessoas, mas isso não me deixou feliz porque ainda me sentia sozinha.

Estou agora tentando me dar uma chance e me conhecer. Todo mundo deveria parar para se ouvir um pouco. Desbravar os próprios gostos, ouvir sua própria história, se perdoar e apreciar cada pedacinho de si. Não é fácil, não é intuitivo quando se passa a vida inteira cultuando ódio próprio, mas com treino e carinho a gente vai conseguindo se encontrar.

Se você precisa de ajuda profissional, para saber mais informações clique aqui.

Valorize suas singularidades, encontre seu estilo, celebre sua vida e tente olhar o espelho com mais amor e respeito!

Compartilhe com quem você acha que é importante essa reflexão.
Obrigada por ter lido!
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Estudantes de faculdade têm sofrido com problemas psicológicos e essa é uma das maiores razões de trancamento de matrícula. Quais são as possíveis razões?

Esse mês aqui no blog vamos falar sobre o Setembro Amarelo, se quiser ler mais sobre e informações de como conseguir ajuda profissional acessível clique aqui.

Ser estudante universitário nunca foi fácil e continua não sendo. O que diferencia é que hoje temos mais abertura (apesar de ainda ser pequena) para falar sobre saúde mental. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) o suicídio é segundo maior motivo de morte entre jovens de 15 à 29 anos¹.

Uma parcela muito expressiva dos profissionais da área de moda são formados em curso superior, então passaram pela universidades (faculdades muita caras ou públicas difíceis de passar). Nem todo estudante de moda é rico, tem uma família apoiando e tem tudo que quer na vida. Muita gente rala pra financiar, ganhar bolsa ou passar naquela pública super concorrida, além de lidar com os materiais caros, prazos curtos pra trabalhos que demando $ e criatividade.

Claro, universitário é universitário independente do curso que está.

Não é difícil encontrar alunos estressados, com crises de ansiedade, crises de pânico, depressão e estafa. Infelizmente também em meio a tudo isso, alguns, tentam contra a própria vida. Vou colocar aqui motivos que contribuem para tudo isso mencionado à cima.

Situação Econômica 

Uma parte dos ingressantes a faculdade são pessoas que vieram de escolas públicas, que têm em sua maioria estrutura precária e ensino defasado pelo próprio sistema público. Se conseguem passar no vestibular ou conseguir bolsas, precisam lidar com o desfalque de conhecimento para fazer as matérias.

Grande parte dos estudantes também são trabalhadores e ter uma jornada dupla além de cansativo, é necessário jogo de cintura para lidar com os horários que divergem causando atrasos e faltas. Com a alimentação quase inexistente por conta de dinheiro e tempo, o cansaço aumenta e o rendimento dos estudos diminui.

Fora os que tem curso integral, que precisam viver de bolsas e/ou bicos, contando centavos e tentando administrar para que o dinheiro dure o mês inteiro. 

"Época do meu Trabalho de Conclusão de Curso do técnico foi péssimo pra minha saúde (isso porque foi TCC para um curso técnico, imagine uma graduação). Eu tinha muitas entregas, prazos e alterações em cima da hora, não tinha orçamento necessário pra todo o projeto, meu tempo era curto já que eu trabalhava e estudava. Sofri com irritação prolongada, crises de ansiedade e pânico, gastrite, fadiga intensa e dores fortes de cabeça. Eu tive sorte de ter pessoas que me apoiaram e me ajudaram muito".
Karen Gabrieli, Etec Carlos de Campos 

Ambiente Acadêmico

Lidar com prazos curtos, trabalhos e leituras que se acumulam, com alguns/vários professores opressores e/ou de metodologia fraca, perigo no trajeto e no campus... e outros detalhes que mudam de instituição para instituição. Tudo isso é enlouquecedor isoladamente, imagine somando outros fatores desse texto mais dificuldades pessoais.

"Entre a universidade e instabilidade emocional existe uma relação assustadoramente próxima, sendo a instituição, sozinha, uma causadora e perpetuadora de condições “perfeitas” para o desenvolvimento de doenças psicológicas como depressão e ansiedade. E isso se deve a professores despreparados e prepotentes, falta de verba para programas de permanência estudantil, pressão constante de resultados por parte da sociedade como um todo e o descaso da instituição com os problemas dos alunos como os de cima e incluindo assédios, estupros, casos e racismo e homofobia, e as consequências gritantes que essas doenças psicológicas tem individualmente e no coletivo dos alunos."
Felipe, USP 

Emocional

Sair da escola, ir morar sozinho, muitas vezes tendo que ficar longe da família, amigos e tudo que conhecia. Tudo muda, vira de cabeça para baixo. Ai vem a vida adulta, bate na porta e você precisa atender. Agora tem que aprender a conviver com vida adulta que tava de mala e cuia na porta e nem avisou que vinha pra ficar pra sempre.

"Para muitos universitários a entrada na universidade é a primeira chance de morar sozinho, aí eles começar a descobrir grandes problemas da vida adulta como racionar dinheiro, ter que fazer tarefas domésticas e ainda ir bem em cursos que normalmente os professores não te ajudam nem um pouco. Tenho quase certeza que quase todo pessoal do meu curso tem problemas psicológicos."
Breno Vinicius, UFSCAR 

Nesse tempo do curso tem que lidar com saudade das pessoas que gosta, sentindo solidão, sendo pressionado pela família, medo de não se formar e todas angústias pessoais.

Banalização do problemas psicológicos

Existem ainda muita intolerância, preconceito e ignorância sobre a saúde mental o que impede, em muitos casos, o tratamento.
Se as doenças mentais são banalizadas, não vistas como doenças e problemas, como alguém vai identificar que está doente e precisando de ajuda?

Esse assunto é um tabu. Segue aqui um exemplo do que eu estou falando:

Abaixo tem comentários feito por leitores de uma matéria da UOL postada em dezembro de 2017 sobre problemas psicológicos em universitário.
https://educacao.uol.com.br/noticias/2017/12/18/depressao-e-problemas-psicologicos-fazem-universitarios-trancar-matriculas.htm

Comentários mais curtidos numa publicação da Uol sobre universitários e problemas psicológicos
Continuação de comentários mais curtidos numa publicação da Uol sobre universitários e problemas psicológicos
Esse texto quase não sai por conta desses comentários. Eu li e fiquei tão mal, porque a gente lê isso e acredita nessas palavras e duvida dos próprio problemas. Mas eu estou aqui escrevendo como forma de resistência e para tentar mudar, nem que seja um pouco, essa realidade.

Deixo para leitura, caso queira saber mais, o artigo "Vulnerabilidade e bem-estar psicológicos do estudante universitário":
http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1808-56872014000100002

Se você se identifica, conhece pessoas que se identificam ou acha que devemos lutar contra essa maré, compartilhe esse texto em suas redes sociais e fale mais sobre isso.

Agradeço por ter lido até aqui.

Fonte:
¹http://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2017/setembro/21/2017-025-Perfil-epidemiologico-das-tentativas-e-obitos-por-suicidio-no-Brasil-e-a-rede-de-atencao-a-saude.pdf
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Esse mês temos a campanha de prevenção ao suicídio, falar sobre saúde mental pode mudar e salvar vidas.

Gráfico sobre o aumento de tentativas de suicídio no Brasil. Fonte
Esse movimento internacional começou no Brasil em 2015 iniciado pelo Centro de Valorização da Vida (CVV), Conselho Federal de Medicina (CFM) e a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) . E tem como foco a prevenção do suicídio através de informação durante todo o mês de setembro e a Associação Internacional de Prevenção ao Suicídio (IASP) transformou o dia 10 setembro o dia Internacional da causa.

Toda a visibilidade que essa campanha pode trazer é importante para dar uma luz nesse assunto que a maioria tenta deixar na escuridão. Expor essa realidade de transtornos psicológicos mostrando de que pode ser fatal é tentar conscientizar as pessoas e salvar vidas.

Esse mês aqui no Blog vamos fazer uma série falando sobre saúde mental, suas causas dentro do contexto da área de moda. A próxima postagem é sobre saúde mental dos estudantes universitários.

Foi no mês de setembro, há dois anos, através de um documento que juntava várias informações de assistência psicológica gratuita ou com preços populares no Facebook que eu consegui ajuda profissional.
Se você possui informações sobre centros de ajuda, grupos, associações e consultórios universitários ou populares, divulgue! Isso pode salvar muitas pessoas, assim como me salvou.

Deixo aqui uma lista com informações que podem ajudar na busca por ajuda:

Lista de atendimento psicológico público ou com preço popular em São Paulo Capital:
https://www.psicologiahailtonyagiu.psc.br/esclarecendo/enderecos-uteis/449-atendimentos-psicologicos-gratuitos-ou-com-preco-simbolico-na-capital-de-sao-paulo

Sobre Atendimento gratuito e preço popular pelo Brasil:
https://psicologiaacessivel.net/2015/09/17/atendimento-psicologico-gratuito-onde-buscar/

Sobre Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) que é do SUS:
http://portalms.saude.gov.br/saude-para-voce/saude-mental/acoes-e-programas-saude-mental/centro-de-atencao-psicossocial-caps

Ligação gratuita para 188 - 24h Centro de Valorização a vida
https://www.cvv.org.br/informacoes-sobre-o-atendimento-pelo-numero-188/
https://www.facebook.com/cvvoficial/188

Você quer ajudar alguém que convive contigo, vai aqui algumas dicas do que fazer:

  • Não julgue! Tente ser empático, se não conseguir apenas ouça;
  • Não tenha medo em tocar no assunto, mas seja gentil;
  • Apoie a pessoa à procurar ajuda, sem chantagens;
  • Respeite a dor do outro;

Compartilhe nas suas redes sociais, pois quem você menos imagina precisa de ajuda.

Comente se conhecer alguma outra forma de conseguir atendimento psicológico de forma acessível.

Obrigada por ter lido até aqui!


Fontes:
Portal oficial do Ministério da Saúde
Boletim epidemiológico sobre tentativas e suicídios do Ministério da Saúde
Folheto popular do Centro de Valorização a Vida
http://www.setembroamarelo.org.br/
http://www.justica.gov.br/news/setembro-amarelo-faz-alerta-sobre-o-suicidio
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Sobre a autora

Meu nome é Karen Gabrieli Viana. Tenho 24 anos. Amo São Paulo. Apaixonada por costura, moda, filmes e música.
Sou Técnica em Modelagem do vestuário pela Etec Carlos de Campos, mas antes disso estudei 2 semestres de Design de Moda na universidade CEUNSP, Salto/SP.

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